Quem não tem sucesso, parece não se sentir em paz. E quem o tem, também não.
Quem não tem companhia, parece não se sentir em paz. E quem a tem, também não.
Quem não tem saúde, parece não se sentir em paz. E quem a tem, também não.
Logo se vê! Ter ou não ter, para a paz, parece não ser uma questão. Talvez ela realmente não seja produto de câmbio, não venha em troca de nada. Pois, tenha o que se tenha, parece que algo sempre falta.
Isso faz pensar que, pela paz, não haja o que fazer. Talvez seja mesmo uma questão de desfazimentos…
Desfazer contratos, acordos e pactos feitos com o medo e a luta.
Desfazer vínculos e associações com o esforço e o cansaço.
Desfazer mal-entendidos, crenças e maldições alojados no coração.
Desfazer, deixar ir, descansar pra ver o que resta, o que fica, já que a paz tão desejada não pode ser elaborada, nem vem do que se tem.
Quem sabe seja a paz a restar quando nada se faz. Talvez a gente tenha deixado ela pra trás, ali, um pouco antes de pensarmos no que faltava. Um pouco antes de acreditarmos que faltava algo e algo tinha que ser feito. Ali, um segundo antes de nos levantarmos inquietas e envolvermos os outros em nossas loucuras.
Talvez a paz já esteja aqui. Nesse curioso instante, um pouco antes de tudo. Sempre presente, apesar de tudo!
Tenhamos em mente que talvez nada seja necessário para relaxar e que a paz se ofereça fácil para quem não se mexe à toa.